Sobre as músicas do blog... Não devem ser consideradas simples "fundos musicais" para os textos... Foram escolhidas com carinho e apreço, dentre o que há de melhor... São verdadeiras jóias que superam em muito os textos deste humilde escrevinhador... Assim, ao terminar de ler certo texto, se houver música na postagem, termine de ouví-la, retorne, ouça-a novamente se toda atenção foi antes dedicada ao texto... "interromper uma bela música é como interromper uma boa foda... Isso não se faz!..." Por último, se você conhece uma música que, na sua opinião, combina melhor com o texto, não deixe de enviar sua sugestão...

Carrego comigo o amor

Música deste post (é bem melhor com música): "Years of Solitude". Composição de Astor Piazzolla (1974).  InterpretaçãoAstor Piazzolla (bandoneon), Gerry Mulligan (sax barítono), Angel 'Pocho' Gatti (teclado), Tullio De Piscopo (bateria), Giuseppe Prestipino(baixo elétrico), Alberto Baldan, Gianni Ziloli (marimba), Filippo Dacco e Bruno De Filippi (guitarras elétricas), Umberto Benedetti Michelangelo (violino),Renato Riccio (viola), Enio Miori (cello).



Pregnancy - Micky Goldstein - òleo sobre tela


Carrego comigo o amor

 

Porque juntos lavramos a terra

De forma bem profunda, a raspar o interior...

Que cada corpo compõe,

com intensidade única

 

E disso não abro mão

Mar onde mergulhas e dele conheçes bem

Chispas, fagulhas de vulcões submersos

que não temem o mar, exalam amor...

 

A impregnar-me as narinas, meu corpo,

em escravização  das sensações...

Em extrapolação ao imponderável...

Doping de efeito único e preciso

Que brota do encontro do senhor e seu mar.

 

Nessa união de corpos frementes

a ignorar os limites, ultrapassar os ápices...

Galgamos nuvens, em escalada ao vácuo,

onde ver nada vale sem sentir.

 

Só com sentimentos pode-se observar

de trás para frente, de cima para baixo,

Formas que se encaixam com exatidão

 

Partes de corpos siderais

que trazem os céus do desejo

e se fundem em atrito atômico...

 

Triscam em luas, sóis, planetas e deixam rastros,

tal qual as caldas dos cometas,

até os picos dos mais altos vulcões.

 

Movimentos...

De monumental obra de composição,

prelúdios e interlúdios que se sucedem,

poslúdios  em zoada de múltiplos gemidos .

 

Em coda nem sempre definida

Ante os aplausos dos interiores

desnudos os corpos se dobram

em agradecimento a tão intenso ato...

Carrego comigo o amor...

Fruto de dueto uníssono, undíssono, melíssono.

 
 

Um comentário:

  1. Na plenitude desse amor,
    extasiado, o corpo inteiro sorri.
    Sinto-me levitar,
    envolta nessa alquimia...
    Prenha de felicidade,
    inspiro-me e brindo com poesia.

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